Campus de Paranaguá

Algas são base de teia trófica marinha, e como produtoras primárias, sequestram carbono e liberam oxigênio, sendo coadjuvantes na regulação do clima. As macroalgas conformam habitats, fornecem abrigo e alimento para diversas espécies. Ademais dependem de vários fatores abióticos para crescimento e reprodução, além de participarem na ciclagem de nutrientes e na homeostase da água do mar, sendo sensíveis bioindicadores ou sentinelas da saúde dos ecossistemas. Como organismo primitivos, muitas espécies são adaptadas a condições adversas ambientais através da síntese de um arsenal bioquímico de defesa, dentre eles, vários compostos bioativos usados por diferentes indústrias. As macroalgas são classificadas em três grupos com base em seus pigmentos fotossintéticos: Rhodophyta, Chlorophyta (Ulvophyceae) e Ochrophyta (Phaeophyceae). Sua diversidade, no Paraná de aproximadamente 131 táxons, e que provê vários serviços ecossistêmicos, resulta de adaptações ecofisiológicas. O litoral paranaense, assim como o globo, vem enfrentando eventos climáticos severos e constantes nos ambientes costeiros, e consequentemente, obras públicas estão sendo construídas para mitigar estes efeitos, ex. engordas de praias, e estruturas artificiais (EA) de contenção e anti-erosão. Para entender o impacto destas mudanças e adequações serão coletadas macroalgas em dois costões naturais controles e em 5 EA recentemente construídas, visando investigar sua diversidade algal através de taxonomia integrativa. Além disto, o projeto analisará em extratos macroalgais, dos substratos naturais e artificias, compostos químicos de potencial nutracêutico e farmacológico aplicados a transtornos depressivos (TD). Assim, este projeto com fins conservacionistas e aplicados auxiliará na seleção de áreas de monitoramento, fundamentais na interpretação dos efeitos das mudanças climáticas e antrópicas sobre a conservação da biota marinha. Já os dados de compostos bioativos elucidarão o potencial de aplicação econômica e à saúde pública. Poucos estudos com essa amplitude, usando macroalgas como proxies, são conhecidos no Paraná, justificando a proposta.