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PROANTAR

por Luis Fernando Roveda última modificação 23/07/2015 18h38

         

            Na Antártica são experimentadas condições extremas em função das condições meteoceanográficas, i.é., do clima polar, dos fortes ventos que sopram na região, e das severas condições de mar. Além disso, há escassez de recursos de toda ordem, o que obriga a um criterioso provisionamento e planejamento das tarefas a desenvolver. Os navios da Marinha do Brasil empregados no apoio logístico (neste projeto: Navio Polar Almirante Maximiano – H41), devem ser dotados de equipamentos capazes de atender as demandas dos projetos científicos apoiados, não havendo espaço para infortúnios causados pela falta de manutenção ou de sobressalentes. Suas tripulações são exaustivamente treinadas para cuidar da segurança do material e, principalmente, dos pesquisadores embarcados.

            Desde 2010, com vigência até 2016, o projeto inserido no PROANTAR (Programa Antártico Brasileiro, uma cooperação entre Marinha do Brasil, SECIRM, CNPq, MCTI e MMA) coordenado pelo Dr. Pio Colepicolo (Instituto de Química - USP) e vice-coordenado pela Dra. Franciane Pellizzari (UNESPAR, campus Paranaguá) estuda e monitora “A diversidade, estratégias de sobrevivência e bioprospecção de macroalgas extremófilas da Antártica” em três áreas amostrais distintas: Arquipélago das Shetland do Sul, Ilhas do Mar de Weddel, e do Estreito de Guerlache (sob influência do Mar de Bellinghousen), em uma malha amostral exaustiva compreendida entre os paralelos 60 e 700°.

            Segundo a Dra. Franciane até agora foram identificados 103 taxa de macroalgas dentre as ilhas amostradas nas Shetlands do Sul, ressalta-se que até o presente momento para toda a Antártica havia sido listadas 117 espécies. Dentre esta nova lista da biodiversidade ficológica, encontram-se 8 novas ocorrências para a área, além de 4 re-confirmações de táxon, listados pela última vez em 1964, e possivelmente duas espécies novas. Estes dados sugerem que a diversidade algal da Antártica foi subestimada e está mudando, seja por aumento da distribuição biogeográfica, ou ainda, porque espécies podem estar sendo introduzidas antropicamente pelo aumento significativo de navios, incluso de turismo, na área. Estes dados levantam uma série de discussões em meio aos câmbios climáticos globais alterando distribuição biogeográfica de organismos. No caso da Antártica uma das questões levantadas é: a Corrente Circumpolar Antártica ainda está funcionando como uma barreira estanque entre espécies dos oceanos austrais, áreas sub-Antártica e Antártica ?

 
Links de interesse:
Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar - Marinha do Brasil – Projetos. https://www.mar.mil.br/secirm/portugues/proantar.html
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico: www.cnpq.br
Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br